quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dia 2- Ventos Noturnos

O céu noturno sob nossas cabeças, logo acima de nossos crânios recheados por uma densa massa, que se diz ter alguma inteligência, mas não passa por ser um reservatório de nossas volúpias.
...
Não se parecia em nada com a tabula redonda do rei Arthur, pois dela não surgiria justiça nem vitórias.
A cada face tangencial se colocou um esdrúxulo, pronto para descomedir o que tua mente escusa dos outros.
Era quatro, como os cavaleiros da revelação, cercando o mundo em cada ponto, cada qual, armado com tuas armas cheias de descompostura.
Ao norte se via uma fagulha de desejos e medos, como se temesse o que teus instintos primitivos poderiam levar- lhe a fazer.
Do sul veio um forte vento em direção norte, como se quisessem unir ao seu oposto,e quando teus desejos explodiram por dentro, teus pontos se tocaram, fazendo surgir um arco-iris sem cores.
Mas minha bússola apontava somente para ela, com se ela fosse um fastigio magnetico, com olhos vivos, e pele quente.
No oeste que sempre se trava os maiores duelos, eu travava um comigo mesmo, com minha alma e meu coração.
E eu cobria todo o leste com um farrusco tom de cores, e a olhava com latria, e chorava minhas secas lagrimas, sem vida.
Os ventos ainda dançavam em direção norte-sul, mas ele não pode deixar de olhar o meu sofrimento, e como uma espécie de força divina, que a tudo move e modifica, mudaste a direção, vindo me levar a junto dela, com se leva uma folha seca de uma arvore infante.
Mas a mim coube atravessar uma tempestade, onde o furacão era sua prosápia, mas mesmo se o desejo urenta- se por dentro, fazendo se tocarem ,fui eu a acabar-se em teus beijos.
E assim, em meio a correntes de ar, abastecida por sensações ébrias, o vento da noite, caminhou pelos quatro cantos, sempre em direções opostas, mas carregando sempre um beijo frio na direção norte.

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