sábado, 23 de outubro de 2010

Dia 3- Lorine

Tuas palavras me veio como navalhas, acreditei em mim, que aquilo não me machucaria, mas esqueci de contar ao meu coração.....
Abra esta carta , e saiba, o que apenas as sombras das arvores presenciaram, eu vos digo, que eu retirei a pureza de um anjo.
Tua pele era tão branca e gélida, como a neve jamais foi , e teus cabelos eram tão cheirosos e suaves, que nem uma rosa pode alcançar.
Minhas mãos se espalharam por todo o seu corpo, totalmente nu, como os deuses ao lançaram a este mundo, me senti ate culpa por tocar algo tão perfeito.
E como um desbravador , me lancei a cada curva de seu corpo, sempre o tratando com a mais pura suavidade.
Dava para sentir o calafrio que minhas mãos , causavam em seu corpo, como se ela temesse o que teus desejos , lançavam em sua mente.
Quando toquei teus lindos seios, ela lançou uma nota de puro desejo, e eu a usei na mais linda melodia de nosso lábios se tocando, e tudo se tornou quente.
E a noite foi se passando, alimentando nosso êxtase  de desejos, e as sombras das arvores se tornavam nosso manto, cobrindo dos céus, a perversão de nosso amor.
Apenas quando o sol ousou tocar os nossos corpos unidos pelo gozo de desejo, eu pude ver os negros olhos da criatura, ela então apenas se levantou, e partiu em direção ao vazio em meio ao pouco que restava das sombras.
Então como um reflexo  eu apenas pude lhe perguntar teu nome, e com a voz mais doce, ela me disse, e em mim soou como uma canção, “ .... meu nome e Lorine....”, e se foi, para onde eu nunca poderei ir , e levou com ela meu coração, minha alma, e todo o amor que um dia eu poderia voltar a sentir.
Me deixando apenas na minha cabeça , teu nome, ....Lorine.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dia 2- Ventos Noturnos

O céu noturno sob nossas cabeças, logo acima de nossos crânios recheados por uma densa massa, que se diz ter alguma inteligência, mas não passa por ser um reservatório de nossas volúpias.
...
Não se parecia em nada com a tabula redonda do rei Arthur, pois dela não surgiria justiça nem vitórias.
A cada face tangencial se colocou um esdrúxulo, pronto para descomedir o que tua mente escusa dos outros.
Era quatro, como os cavaleiros da revelação, cercando o mundo em cada ponto, cada qual, armado com tuas armas cheias de descompostura.
Ao norte se via uma fagulha de desejos e medos, como se temesse o que teus instintos primitivos poderiam levar- lhe a fazer.
Do sul veio um forte vento em direção norte, como se quisessem unir ao seu oposto,e quando teus desejos explodiram por dentro, teus pontos se tocaram, fazendo surgir um arco-iris sem cores.
Mas minha bússola apontava somente para ela, com se ela fosse um fastigio magnetico, com olhos vivos, e pele quente.
No oeste que sempre se trava os maiores duelos, eu travava um comigo mesmo, com minha alma e meu coração.
E eu cobria todo o leste com um farrusco tom de cores, e a olhava com latria, e chorava minhas secas lagrimas, sem vida.
Os ventos ainda dançavam em direção norte-sul, mas ele não pode deixar de olhar o meu sofrimento, e como uma espécie de força divina, que a tudo move e modifica, mudaste a direção, vindo me levar a junto dela, com se leva uma folha seca de uma arvore infante.
Mas a mim coube atravessar uma tempestade, onde o furacão era sua prosápia, mas mesmo se o desejo urenta- se por dentro, fazendo se tocarem ,fui eu a acabar-se em teus beijos.
E assim, em meio a correntes de ar, abastecida por sensações ébrias, o vento da noite, caminhou pelos quatro cantos, sempre em direções opostas, mas carregando sempre um beijo frio na direção norte.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dia 1- Um não começo

Ao amanhecer de mais um dia , que poderia ser lindo, se não viesse calcado delas feridas de minha noite mórbida , que sempre vêem com a dor de minha alma vazia....
.........
No baile das sombras, revestindo teus convidados com mascaras de vaidades apoteóticas.
Ela radiava um anímico pulcro, uma beleza realmente mágica, como se as estrelas brilhassem pra deixá-la mais bela.
Atravessando o salão como se estivesse a andar pelas nuvens de um seu escuro, sem nem ao menos dirigir-me o olhar, ela foi logo a se entregar a tuas fantasias carnais, e me deixando na platéia, como um expectador que e pego de surpresa pelo espetáculo.
Em uma das cenas se vê Venus , tão linda, hilariante , com teus cabelos que carregam todas as belezas do mais belo jardim, vinda em todas tua gloria.
Como ousa tocar-lhe a boca dela Venus?, já não lhe basta, ter levado um dia consigo, um pedaço de meu coração, agora queres levar a luz da minha vida.
O Mouras, sempre unidas, por visões diferentes, por que vos não cortais a linha desta devassa deusa?, mas a te vos deleitaram de ela.
Ate  tu ninfa dos campos, tão fiel ao teu amado, vos desfrutais do doce beijo, o que a levaste a este pecado?,mas não a culpo pois ninguém tens o poder de resistir ao seus olhos de mel, nem a tua boca macia suave.
Mas a ultima cena, pareceu um pesadelo mórbido, em que o ápice da cena , e meu coração , sendo cravado em uma estaca de madeira, coberta por teu sorriso sarcástico.
Como fazeis isso bardo, tu cantais aos ouvidos de minha amada, e sem ao menos tu veste os encantados de tua face e o tom de tua voz, beijas-te ela em minha frente?
Juro que se tiveste uma espada, teria a cravado em teu coração para que sofrestes a dor que senti .
Mas me faltou lagrimas para chorar a esta tragédia. Só me sobrou cair em outros braços, que pelos menos estava quente, e aquecia o frio de minha alma, e tentava aquecer meu coração.
Mas quando o espetáculo acabou, e as luzes se apagaram, seu olhar finalmente se voltou a mim, e ela veio, assim como chegou, mais ainda mais bela, pois teus olhos agora se dirigia somente a mim, e como se fosse um consolo, marcado com toques de pena, ela me beijou, me mostrando em um bilhete , um recado que dizia:
“ este e um o fim, de um não começo”.